Tenho dores e estou disforme. Disforme porque tenho um dedo com meia cabeça, fruto de um ataque à má fila de uma lata de ananás assassina. Com dores. Dores num joelho, fruto de uma aparatosa e artística queda a caminho do Cais do Sodré na noite da véspera de feriado. Ninguém me manda andar e beber ao mesmo tempo. Mais dores, estas nas costas, fruto do peso dos sacos do Pingo Doce. Quem me manda trazer garrafas de Martini e romãs com meio quilo cada uma e vir a pé para casa? Dores na alma. Porque hoje uma cigana quis ler a minha sina na rua. Eu disse que não queria. Ela começou com a lenga-lenga que a minha alma é pura e eu não conheço a maldade. Eu continuei a dizer que não. Ela disse então que o meu homem quer fazer muitos filhos comigo e que eu vou tratar bem dele até ao fim da minha vida. Já com vontade de lhe bater, continuei a dizer que não. Ainda assim, ela pediu-me dois euros.
E assim me despeço dos 32 anos. Disforme, com dores, com álcool em casa, com a previsão de vir a ser uma bela de uma parideira, escrava de um macho cobridor qualquer e com pessoas a chularem-me dinheiro por tudo e por nada. Sim senhor! Que venham os 33.
Caracóis-L
5 comentários:
adoro quando, no fim, tudo corre mal. é sinal que no início vai ser substancialmente melhor! qualquer coisa que venha! eheheheh
estou a brincar! feliz 33!
Gira, e para acrescentar a esse quadro maléfico, ainda te fui acordar no teu dia de anos. SOOOOOOOOOOOORRY!
Ai que lindas! :) (Ana: este dia é o ÚNICO dia em que não me importo de acordar com telefonemas. O ÚNICO, está bem?)
As ciganas nunca falham.
É bom que esta falhe.
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