sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

um conto de natal by L. (a true story) - capítulo II

Depois do pequeno-almoço com mais de meio litro de leite, azevias e outros fritos e do banho tomado, saí de casa para comer um belo de um arroz de pato na casa da minha irmã, não sem antes bater à porta da minha vizinha para cumprir as ordens da senhora minha mãe.

Vizinha: Então L-zinha. Bom Natal!
Eu: Bom natal. Obrigada pelo leite.
Vizinha: Oh filha, deixa lá isso. Estás tão bonita.

Aparece então um cão miniatura, Yorkshire-não-sei-quantas-anão, aos pés da minha vizinha a trocar olhares meigos comigo.

 
Eu: Oh… estou igual… (a troca de olhares doces com o cão-anão continua…)
Vizinha: Sempre foste bonita, filha…
Eu: Oh…

Baixo-me para dar uma festinha na cabeça do meu novo amiguinho. A minha vizinha ainda grita “nãããõooo!”. Tarde demais, o impostor do cabrão do cão agrafa a boca na minha mão. Abano o braço com força até o fazer voar para o outro lado da sala.
E depois foi isto: eu perdida de riso por ver o cão voar e sem ter coragem de ver se ainda tinha polegar na mão esquerda ou não, a vizinha chora desalmada, os dois filhos da vizinha tentam espancar o cão, a nora da vizinha enfia a minha mão no lava loiças onde o meu sangue se mistura com pratos, eu continuo a rir, o marido da vizinha aparece com um frasco de éter, eu digo que éter nem pensar, ele sai amuado, os filhos continuam a espancar o cão, a vizinha continua a chorar, eu continuo a rir, aparece a mãe da nora a contar a história da sua doença cardíaca com mais de 20 anos, ela que me perdoe mas eu continuava a rir, a nora a insistir para irmos ao hospital, todos a insistir para eu ir ao hospital, rendi-me e deixei-me levar ao hospital. Tal não era a gravidade da coisa, que até me puseram um penso-rápido e tudo (juro!!!), mais uma receita de um antibiótico. Daqueles que me fazem 50 efeitos secundários, incluindo diarreias. Mas comi arroz de pato. Às quatro da tarde. Mas comi.


Caracóis-L

um conto de natal by L. (true story) - capítulo I

Acordada pela mãe na manhã de Natal, pedi azevias e leite para o pequeno almoço.


Mãe: Não tenho leite.
Eu (com voz triste e doce): Como não? E sumo?
Mãe: Não tenho sumo.
Eu (com voz triste e levemente enraivecida): Tu não tens leite nem sumo?
Mãe: Só café.
Eu (aos gritos e a puxar os cabelos, mas sem sair da cama e sem abrir os olhos): Tu és horrível!!! Tu não gostas de mim!!! Vou bater à porta da vizinha e fazer-te passar uma vergonha e pedir um copo de leite por favor e toda a gente vai saber que és horrível para mim que nem um copo de leite tens para me dar (…paragem para respirar…) Aaaaaaahhhhh!!! És horrível!!!!



Cinco minutos depois, a mãe aparece com um pacote de 1 litro de leite.

Mãe: Fui eu pedir um pacote de leite à vizinha e contei-lhe a fita que fizeste. Agora, minha menina, quando saíres de casa, bates à porta para lhe agradecer e desejar um bom Natal.
Eu (sem abrir muito os olhos e com aquele tom de voz de quem foi derrotado pela master da arte do bullying parental): Hum… ‘tá bem.

(...)
Caracóis-L

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

síndrome de peter-pan

Ter uma monumental caganeira só porque vai ter um date.

Procura um psiquiatra.

(Os psiquiatras fazem descontos para grupos?)
Caracóis-L

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

porque é que eu nunca me apaixonaria por um pseudo-intelectual?

Conversa entre dois exemplares desta espécie em pleno Chiado, esta tarde:

"Sabes qual é a diferença entre um trompete soprano e um trombone de vara? 'Tas a ver, não 'tás? É isso."

Isto para não falar nos óculos de massa, no bigodinho, nas botas toscas e das calças de bombazine arregaçadas...

Caracóis-L

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

é o mal de não se ter espelho nem verdadeiros amigos.

Jovem. Leggings não são calças. Principalmente se tiveres o rabo descaído e as leggings já gastas a deixar ver as cuecas da avó, que num momento de infelicidade matinal, decidiste vestir. Outra coisa: cuecas da avó não são roupa interior, são só isso, cuecas da avó. As raparigas normais usam outro tipo de coisa, diria eu, menos extensa. Mas as raparigas normais também não usam essa coisa transparente no rabo que tu estás a usar, não é?
O teu rabo descaído e exposto agrediu-me hoje.
Psicologicamente, mas agrediu.

Caracóis-L

domingo, 11 de dezembro de 2011

epifania

Amiga a: "Ele não me disse nada porque está a ser teimoso. É orgulhoso e nunca dá o braço a torcer. Eu dizer-lhe alguma coisa? Nem pensar. Quer ser teimoso, fica a teimar sozinho até decidir dizer-me alguma coisa!"
Eu, em silêncio: (??????)

Amiga b: "O sexo numa relação é como o telhado de uma casa, percebes?"
Eu, em silêncio: (??????)

Amiga c: "Mas tu só te interessas por homens que bebem e gostam de sair à noite? Tenta conhecer homens noutros sítios, como na igreja ou assim...."
Eu, em silêncio: (??????)

Amigo homem: "Epa essa cena do ter que ir jantar e depois ainda ter que ir beber uns copos e ter que falar do trabalho e dos animais de estimação, das amigas e cenas dessas e um gajo ali a olhar prás horas e acção que é bom, nada.... Haja pachorra!"
Eu, em silêncio: (Oh my God! Sou um homem!!!!)

Caracóis-L

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

32...33.

Tenho dores e estou disforme. Disforme porque tenho um dedo com meia cabeça, fruto de um ataque à má fila de uma lata de ananás assassina. Com dores. Dores num joelho, fruto de uma aparatosa e artística queda a caminho do Cais do Sodré na noite da véspera de feriado. Ninguém me manda andar e beber ao mesmo tempo. Mais dores, estas nas costas, fruto do peso dos sacos do Pingo Doce. Quem me manda trazer garrafas de Martini e romãs com meio quilo cada uma e vir a pé para casa? Dores na alma. Porque hoje uma cigana quis ler a minha sina na rua. Eu disse que não queria. Ela começou com a lenga-lenga que a minha alma é pura e eu não conheço a maldade. Eu continuei a dizer que não. Ela disse então que o meu homem quer fazer muitos filhos comigo e que eu vou tratar bem dele até ao fim da minha vida. Já com vontade de lhe bater, continuei a dizer que não. Ainda assim, ela pediu-me dois euros.

E assim me despeço dos 32 anos. Disforme, com dores, com álcool em casa, com a previsão de vir a ser uma bela de uma parideira, escrava de um macho cobridor qualquer e com pessoas a chularem-me dinheiro por tudo e por nada. Sim senhor! Que venham os 33.

Caracóis-L

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

ontem ao chegar a casa

Bilu-bilu-bilu-bilu!!!
Quem é o bebé da mamã??
Quem é??
Tinha saudades da mamã, não tinha?
Tadinho do bebé?
A mamã também tinha saudadinhas do bebé!
Bebé fofo da mãe!



Juro que ele ontem tinha uma cauda e que ela abanava freneticamente desde o momento em que ouviu a minha voz.
Obviamente, dormimos juntos na minha cama.



(existia vida antes do telemóvel?)
Caracóis-L

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

o perigo eminente numa explicação por pontos

1) Ontem quase arranquei a cabeça do dedo indicador direito com uma lata de ananás.
2) Andar com um penso em forma de batata na ponta do dedo e ouvir a piadinha "andaste a enfiar o dedo onde? Eheheh" (ler isto em falsete e com tom irritante) cerca de 853 vezes durante o dia aborreceu-me.
3) Não sei respirar sem telemóvel.
4) Vou trabalhar 20 horas seguidas (crazy bitch!!) e esqueci-me do telemóvel em casa.
5) Estar sem respirar e sem telemóvel durante 20 horas e ainda ter que trabalhar aborrece-me.
6) Aborrecimento ao quadrado é fodido.
7) Estou com o período.
8) Não preciso dizer mais nada.

Caracóis-L

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

se contares eu também conto....

Numa segunda feira de um mês qualquer: ele de bata branca, entra no elevador para começar o turno no serviço. Ela, também de bata branca, já está dentro do elevador pelo mesmo motivo. Por segundos cruzam o olhar, mas de imediato ambos fixam-no no chão do elevador. Ela ainda mexe um dos pés, como se estivesse a apagar um cigarro imaginário. Ele pega no telemóvel e carrega aleatoriamente nas teclas. Ela, como sempre, sai dois pisos antes de ele sair. Antes que a porta do elevador se feche, ela ainda olha para trás. Dentro do elevador, ele, já sem o telemóvel na mão e sem nunca mudar a expressão facial, olha-a nos olhos até a porta se fechar.

Noutro dia útil qualquer: a situação repete-se, desta vez apenas durante 4 segundos, enquanto se cruzavam no corredor da entrada do hospital.

Sábado passado: pela 47ª vez este ano, os dois, sem batas brancas, dançam (muito) alcoolizados num bar perdido no Cais do Sodré, sabendo da presença um do outro, sem se olharem uma única vez de frente e sem fingirem que apagam cigarros imaginários dentro de um elevador ou que escrevem mensagens fictícias no telemóvel.

Há 15 minutos: os dois, de bata branca, cruzam-se de novo no hospital. Os olhares cruzam-se por segundos e ele olha rapidamente para o chão. Ela também, até entrar no gabinete, fechar a porta atrás de si e esboçar um breve sorriso cúmplice consigo própria.


Já em cena:
“Sei que sabes o que eu fiz no sábado passado”
A decorrer num qualquer hospital perto de si.

Caracóis-L

terça-feira, 15 de novembro de 2011

falemos hoje de um novo mito urbano

A história épica da mulher que acordou constipada e com séries de 10 espirros a cada 3 minutos, que começou o dia com um cigarro, depois um folhado misto e um café, depois outro café e um ben-u-ron, depois uma pratada de massa com carne e bastante molho de gordura com bocadinhos de tomate, depois duas fatias de bolo de cenoura com chocolate que estavam no frigorífico desde a semana passada, mais um ben-u-ron e depois mais outro café, e que só então se lembrou, e não por ter boa memória mas sim porque a natureza deu sinal, que estava de diarreia no dia anterior e no outro anterior a esse também, por ter sido uma menina mal comportada no sábado à noite.

O herói da nova era?
Aquele que aguenta a caganeira enquanto espirra 10 vezes seguidas.
Hoje sinto-me grande.

Caracóis-L

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

quase que já há uma sondagem a nível nacional por causa desta conversa:

Conversa hoje ao pequeno-almoço, quando um homem com trejeitos femininos se dirigia para o balcão do café:

Amiga boazinha: Já viste se um dia descobrisses que o homem que amavas há anos afinal era gay?
L.: Impossível acontecer comigo.
Amiga boazinha: Oh… porquê?
L.: Porque eu só gosto de homens brutos e maus, e não existe nenhum gay bruto e mau.
Amiga boazinha: Sim, já sei… giro, com barba, moreno, bruto e mau. Tu és doida. Eu gosto é de um homem que tenha uma boa conversa intelectual.
L.: Oh, mas eu também. Desde que seja giro. Adoro quando fico a pensar “para além de giro é culto e inteligente”.
Amiga boazinha: Ah pois… e se fosse feio? Pensavas o quê?
L.: “Foda-se, para além de feio é cromo!”. Qual é a tua dúvida?


Verdade ou não?
Caracóis-L

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

num nível superior de dislexia...

.... enquanto passava os olhos por um texto onde dizia "banho de espuma", li "banho de esperma".

E achei por bem partilhar.

Caracóis-L

domingo, 25 de setembro de 2011

três coisas absolutamente poéticas e de uma beleza impossível de transcrever por palavras que eu adoraria poder ver ao vivo.

....  Ciente da impossibilidade de o fazer, resta-me contentar-me com os registos em foto e vídeo das mesmas e invejar os afortunados que podem dizer "eu estava lá, vi uma dessas coisas com os meus próprios olhos e a minha vida nunca mais foi a mesma":

1) um concerto do Jeff Buckley,
2) a Terra vista da Lua,
3) a minha figura quando estou bêbada.

Caracóis-L

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Há muito tempo que não me dava para desabafar durante um turno da noite. Mas começou a dar-me a fome e o sono e de repente uma moinha na cabeça... e lembrei-me que da última vez que me doeu a cabeça a sério. Foi este verão. Estava calor. Bebi cervejas a mais à tarde. Comecei a ficar de ressaca antes de jantar. Passei na fármácia lá da rua antes de ir para casa. E fui atendida por uma atrasada mental.


Atrasada mental: Boa tarde. Diga?

Eu (com olhos de charroco e bafo a super-bock): Boa tarde. Ibuprofeno genérico 400mg por favor.

Atrasada mental: Qual o motivo?

Eu: Porque me dói a cabeça....

Atrasada mental: Sabe que de 400mg só com receita médica, sem receita só lhe posso vender de 200mg.

Eu: Faça como quiser. Se levar de 200mg, tomo dois. É-me igual.


Mantendo os olhos de charroco semi-fechados, limitei-me a levantar um pouco a cabeça até conseguir olhá-la nos olhos. Ela sentiu-se obviamente ameaçada. A verdade é que eu não conseguia abrir mais os olhos nem manter a cabeça queita.


Atrasada mental (pondo uma caixa de ibuprofeno 400mg em cima do balcão): Prometa que toma isto com moderação....

Eu (mantendo o olhar charroco-style): Prometo que tomo um de cada vez...


Adoro quando domino vacas insolentes e outros animais ruminantes só com o olhar.
Caracóis-L

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

o meu pai a contar carapaus

Almoço animado com os senhores meus progenitores, para o qual levei 4 amigos meus:

Pai: Ainda há carapaus!! Vou pôr na grelha!! Quem quer mais carapaus?? Tu queres carapaus??
Amigo X: Eu quero!
Pai: Um!!... E tu?? Queres mais carapaus??
Amigo Y: Eu quero!
Pai: Outro um!!


Tenho fé que o entusiasmo de receber pessoas novas em casa lhe tenha roubado algumas capacidades cognitivas e de raciocínio. A hipótese de que o meu pai só saiba contar até 1 tira-me o sono.

Caracóis-L

terça-feira, 13 de setembro de 2011

E de repente ele disse:

Vou fazer-te a corte.



Os dois são amigos de longa data, nunca se envolveram um com o outro, estavam os dois bêbados, provavelmente ele queria dizer outra coisa, provavelmente ela ouviu mal, ela desatou a rir quem nem uma perdida, ele riu também e quase com o mesmo entusiasmo, quando se encontrarem outra vez é para ver um jogo do Benfica numa tasca qualquer, largarem 4 palavrões em cada frase e morrerem com uma overdose de cerveja… mas seja como for, já ninguém diz isto a uma mulher desde o século XVIII. E só por isso, foi bonito.

Caracóis-L

terça-feira, 30 de agosto de 2011

uma demonstração da bimby como nunca antes vista (ou uma plateia como nunca antes vista para uma demonstração da bimby) - grand finale

A terceira tipa-gira-mas-muita-porca chega com o tabaco e com a cerveja para as outras duas igualmente giras e porcas. Olham umas para as outras, fazem um breve concurso para ver quem é a mais badalhoca e prontamente abrem uma cerveja para cada uma.

A senhora-bimby chega entretanto. Conversa breve, ingredientes colocados, tipo linha de montagem, no balcão da cozinha. Ela diz: “vamo-nos sentar um pouco para responderem a um pequeno questionário…”. Não há sofá nesta casa e a mesa da sala está ocupada com 4 máquinas de roupa lavada (pelo menos estava lavada, menos mal…). Sentou-se no chão com as três.

Chega o amigo gay com mais cerveja. Aos gritos, sem saber que tinham mais alguém em casa, a distribuir carinhos como “minhas putas” ou “bimbas do caralho”. Ainda lhe tentaram dizer que tinham visitas, mas como bom gay que é, não ouve, só grita, e lá continuou no seu espectáculo até ver a cara de choque da senhora.

E a partir daí foi sempre a descer.

A demonstração foi feita para quatro animais, que se levantaram uma ou duas vezes para participar e outras dez ou quinze para ir buscar mais uma cerveja ou sair para fumar um cigarro. A senhora, num esforço de manter a plateia atenta nas coisas maravilhosas e heróicas que a bimby consegue fazer, tentava criar empatia com o grupo. Parece que desistiu quando um deles se deitou no chão da cozinha e começaram todos a falar sobre peidos, rindo descontroladamente, provavelmente com mais peidos à mistura. No fim, quando ela começou a falar na compra e em valores, apenas disseram que iam pensar no assunto (yeah right!). Puseram a lasanha que ela montou no forno e ela despediu-se com um “depois ligo para saber se gostaram do jantar”.

Ninguém gostou da lasanha.

Uma hora depois a senhora-bimby ligou para uma das amigas porcas.

Esta não atendeu.

A outra desligou o telemóvel antes que ela ligasse para ela também.

Caracóis-L

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

uma pequena interrupção na história da bimby

Hoje cheguei a casa e tinha formigas na casa de banho.

Torna-se evidente, tanto para mim como para o resto do mundo, que eu sou um ser tão perfeito, mas tão perfeito, que até a minha merda deve ser doce.

(E o prémio megalomania 2011 vai para...)
Caracóis-L

uma demonstração da bimby como nunca antes vista (ou uma plateia como nunca antes vista para uma demonstração da bimby) – parte I

Duas jovens adultas, formadas, bonitas, sensuais e exóticas (porque ser da Moita ou de Odivelas é quase o mesmo que ter nascido noutro planeta) partilham casa. Certo dia, em frente à televisão, têm o seguinte diálogo:

Amiga odivelense: Perguntaram-me se queria ter uma demonstração da bimby aqui em casa…

Amiga moiteira: Por mim ‘tá-se bem…

Amiga odivelense: Mas eu não quero comprar uma bimby…

Amiga moiteira: E não precisas comprar… A tipa vem aqui, faz-nos o jantar e depois dizemos que não estamos interessadas…

Amiga odivelense: Ok.


E assim se marcou a demonstração para uma tarde de Domingo. Um risco, é certo… mas por obra dos Deuses, nesse Domingo, nenhuma delas estava de ressaca. Depois de limparem a casa, sentaram-se na sala e reparam nas horas… a senhora bimby estava quase a chegar, ambas estavam sujas e despenteadas e ambas estavam sem tabaco. Olharam uma para a outra e sentiram algo místico: estavam as duas, em simultâneo, a ser invadidas por um ataque súbito de preguiça incapacitante. Tiveram então que traçar um plano de emergência.

Plano:
1) Banho… naaaa. Quando ela chegar é só comentar que estivemos em limpezas (o mau aspecto fica devidamente justificado) e nunca nos podemos coçar (não vá ela associar o mau aspecto com bichos e ir embora sem acabar o nosso jantar).
2) Tabaco… sem banho não vou a lado nenhum. Telefonámos ao nosso amigo gay para nos trazer um maço, ele disse que só podia mais tarde, mas que vinha e trazia cervejas. Telefonámos a uma amiga (que por acaso tinha trazido uns volumes dos Açores) que disse que tinha estado a limpar a casa e que ainda não tinha tomado banho, nós dissemos que nós também não, ela disse que então ia mesmo assim toda suja e que também levava cerveja. Ligámos ao primeiro amigo e dissemos para trazer só a cerveja.

E assim se formou a plateia: 3 tipas giras mas muita porcas, 1 gay, 20 maços de tabaco e 4 litros de cerveja.

(...)
Caracóis-L

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

virilha killer

Quem é que faz uma queimadura na virilha na depilação sem dar por isso?
E que só repara na sua existência ao chegar à praia?
E que mesmo assim não identifica o problema de imediato, pensa que é um bocado de plástico colado à sua própria virilha (????), tenta arrancá-lo e acaba por arrancar a queimadura já em ferida e parte da pele que a rodeia?
E que mesmo assim vai para a água salgada dar mergulhos?
E que no dia seguinte, e no outro também, usa calças justas a roçar na virilha em ferida?
E que 3 dias depois está de serviço, e apesar de trabalhar num hospital, local onde estão umas boas dezenas de enfermeiros, decide fazer um penso na virilha moribunda sozinha?
E que, talvez por não ser enfermeira e não ter qualquer tipo de prática a fazer pensos, usa a quantidade de adesivo necessária para abastecer um hospital de campanha no Kosovo na sua virilha pequenina?
E que, ao chegar a casa, arranca os 50 km2 de adesivo que tinha na perna e com eles traz outros 50km2 de pele agarrada fazendo uma ferida entre a já mencionada queimadura e aquela zona onde a virilha muda de nome?
E que ao contar isto a um amigo, ele faz a questão “isso impede-te de… pronto…?”, ela responde com um ar inocente “não sei… não experimentei…” e depois finge-se admirada com o sorriso malandro que teve como resposta?

Não sei. Não conheço ninguém assim.

Caracóis-L

terça-feira, 9 de agosto de 2011

dois meses!!!!

Continuo empenhada com os preparativos para o casamento da amiga, ou seja, continuo a fingir que treino um andar confiante em cima de saltos altos e já comecei a “panicar” porque os dias estão a passar e ainda não há vestido, nem sapatos, nem mala, nem a mínima ideia do que fazer ao cabelo.
Entretanto, num esforço heróico de manter uma pequena réstia de tranquilidade acerca do assunto (e nem comentei ainda o facto de haver a possibilidade da noiva fazer uma mesa de solteiros/separados/divorciados a.k.a. ‘mesa dos encalhados’ no copo de água…), tenho ocupado algum do meu tempo livre com duas actividades de elevado mérito social: conversas de café e leitura de revistas cor-de-rosa.


E fiquei apreensiva.
Duas mulheres que conheço, solteiras de vocação até há muito pouco tempo, afirmam convictas que construíram uma relação de total entrega ao fim de dois meses de namoro.
A Sara Barradas está apaixonada por um homem mais velho e, seguramente, bem mais feio que o pai e anunciou o casamento entre ambos ao fim de cerca de… dois meses de namoro.
A Isabel Figueira tem uma relação sólida e cúmplice com um ricaço qualquer, porque já namora com ele, imagine-se, há coisa de dois meses.
A Rita Guerra e o António Pedro Cerdeira… até me custa acreditar nestes dois… tatuagens e tal… deve ter sido para comemorar os dois meses de namoro.


E entretanto estive a ver um episódio da Gossip Girl. Onde elas são todas giras, com roupa gira e com uma giríssima e duvidosa índole, onde eles são giros, ricos e igualmente pouco confiáveis e onde eles e elas mantêm relações pouco sólidas e ainda menos cúmplices e não há cá dois meses para ninguém.


Concluindo, a realidade faz-me impressão.


Caracóis-L

sexta-feira, 29 de julho de 2011

como é que elas conseguem?

A menos de dois meses do casamento de uma das suas melhores amigas, ela começou o treino que é obrigada a fazer sempre que tem um casamento: aprender a andar de saltos altos.


Determinada, decidiu fazer o caminho Moita – Lisboa, de transportes públicos, com umas sandálias de 10cm.


Confiante, sentiu-se uma top model nos primeiros 10 minutos da sua aventura. Qualquer montra ou vidro de um carro estacionado revelavam-lhe uma mulher esbelta de saltos altos.
A partir daí doeram-lhe os pés.


Começou então a aperceber-se que o chão estava tão longe de si.


E o desafio passou a ser tortura.


Finalmente, chegou a casa orgulhosa. Primeiro, pelo simples facto de ter conseguido chegar. Segundo, porque chegou com as sandálias ainda nos pés e não nas mãos. Terceiro, porque não fez nenhum voo picado de boca em direcção às pedras da calçada.


Como é que as mulheres comuns fazem isto todos os dias? Mais um mistério dos tempos modernos que ela não consegue decifrar.



Caracóis-L


PS: Ainda lhe doem os pés.

terça-feira, 28 de junho de 2011

será que ouvi bem?

Anúncio publicitário #1: blá blá blá isoflavonas de soja blá blá…

Anúncio publicitário #2: blá blá blá leishmaniose canina blá blá…

Noticiário das 20 horas: blá blá blá … está em morte cerebrel, situação essa, que parece ser irreversível… blá blá blá… a outra jovem continua com prognóstico muito reservado, estando, portanto, numa situação mais favorável…. blá blá blá…


É impressão minha ou a burrice reproduziu-se alegremente no jornalismo português enquanto os publicitários decidiam dar aulas gratuitas de biologia?

Caracóis-L

terça-feira, 12 de abril de 2011

desabafo

Incrivelmente, sem eu nunca (e quando digo nunca, é NUNCA) ter direccionado a conversa para tal, todos os homens que tenho conhecido nos últimos meses, seja em ambiente formal ou informal, me perguntam ou divagam sozinhos (sim, porque eu continuo a fazer questão de não me pronunciar sobre este assunto, mesmo que teimem em falar comigo sobre isso) sobre a questão ‘filhos’. Algo deve ter mudado em mim. Talvez tenha que mudar de creme anti-rugas. Ou então ganhei cara de parideira. Ou de conselheira de planeamento familiar. Seja qual for a hipótese correcta, não me agrada. Está feito o desabafo.



Caracóis-L

domingo, 27 de março de 2011

dois ben-u-rons e uma lata de coca-cola para aquela cama, se faz favor

Quando vais a um congresso e dentro da pasta oferecida pela organização se encontra, para além do habitual programa do mesmo, dos bloquinhos e canetinhas e outras coisinhas, um flyer de uma discoteca com um voucher que dá direito a descontos nas bebidas...


e no jantar desse mesmo congresso, o jovem que serve à mesa insiste em servir-te mais vinho de cada vez que bebes dois golinhos...


tens autoridade para reclamar a tua inocência em relação à ressaca que tiveste no domingo...


tens não tens?


pelo menos desta vez tens, não tens?


tu não querias...


eles é que te manipularam para beberes...

eu acho que sim...


Caracóis-L

quarta-feira, 23 de março de 2011

updates

- já não faço dieta, voltei a ser magra.
- não quero voltar a engordar, portanto estou em 'regime semi-controlado de manutenção' (como porcarias até me entupir e acredito que a sopa ao jantar vai resolver tudo).
- a minha irmã ainda não pariu, está grávida de 5 meses de um rapaz e mói-me constantemente a cabeça porque consta que sou a única pessoa do seu círculo de amigos-conhecidos-vizinhos-colegas-simpatizantes-e-outros que ainda não comprou nada para a criança.
- mudei de casa.
Mudei de casa.
Já não vivo sozinha.
Divido casa com uma criatura pior que eu, que já me fez ficar a dormir nas escadas por ter trancado a porta por dentro e deixado a chave na fechadura. Já tivemos problemas com a companhia de gás e de TV por cabo, mas temos dois frigoríficos. Antes de ter ficado sem gás durante dois dias, não tínhamos chuveiro e tomávamos banho com a água que saía directamente do tubo. O chuveiro foi arranjado no dia em que ficámos sem gás. Já parti um forno. Antes de o partir, consegui deixar lá dentro um tabuleiro esquecido com um resto de peixe assado durante um semana, cujo resultado daria um óptimo trabalho prático sobre a biodiversidade dos fungos domésticos. Ia morrendo por duas vezes por causa disso: a primeira quando a minha amiga descobriu o tabuleiro no forno, a segunda quando tirei o tabuleiro do forno. Tirando o senhorio, desde que moro aqui, já cá estiveram cinco homens: dois homossexuais, um canalizador, um electricista e um carpinteiro. Só vi o carpinteiro e os gays, mas consta que os cinco (não ao mesmo tempo) estiveram no meu quarto.
Ainda não fez 3 semanas que me mudei para aqui...
Caracóis-L

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ausências e medições: os porquês e as lamentações de quem não tem muito em que pensar

- Foda-se, é Domingo outra vez?
- Sabes despertador, odeio-te.
- Foda-se, mas nunca mais é sexta-feira?
- Foda-se, ainda não é sexta?
- Despertador de um cabrão, vou-te matar!
- Foda-se.
- Sexta! Hmmmm…
- Passa aí mais uma imperial!
- Gosto tanto de vocês! Vamos alugar um T7 e viver todos juntos! Oh man…. Quem és tu?
-Foda-se, é Domingo outra vez?

E assim tem sido 2011.

Caracóis-L
(mais detalhes seguirão em breve)