quinta-feira, 17 de junho de 2010

sem título, que esta cabeça já não consegue mais

Chegou aquele dia da semana em que o meu cérebro se assemelha a um peixinho num aquário daqueles redondinhos. Só água e o peixinho, sem som, sem qualquer actividade de interesse, só a fazer bolhinhas com a boca. Fiz noite e só saí do trabalho às 15h. No bocadinho da noite que tive para descansar, partilhei a sala com um barbudo gordo que roncava e assobiava enquanto inspirava e imitava um cavalo quando expirava. Aquilo sim, é uma senhora roncopatia, não aqueles roncozinhos de que esses maricas se queixam nas consultas do sono. Só Deus sabe como eu estive tão perto de lhe oferecer uma apneia provocada pelo meu pé enfiado pela boca dele adentro. Quando saí do trabalho, ainda fui beber café com a mana. Depois ainda fui marcar depilação às pernas. E depois ainda fui às compras. E depois ainda fiz sopa. Nos entretantos, a minha mãe avisou-me que recebi uma carta registada da polícia da República Checa (isto). Pedi-lhe para a abrir e dizer-me o que era. Para nosso espanto, a carta vinha toda escrita em checo, à excepção dos nossos nomes, claro. Isto sim, é coisa de povo rico em esperteza saloia. Hipótese 1: podem estar a agradecer a nossa colaboração na captura de um grande bandido ladrão de moças belas e indefesas. Hipótese 2 (tendo em conta as fotos que tiraram das nossas coisas): podem apenas estar a dizer que não gostam de badalhocas desarrumadas e que não nos querem mais no país deles. E agora também me lembrei de uma noite em que o pai deu um chuto na minha mãe enquanto dormia porque estava a sonhar com o cão da florista, a coisa mais irritante que já existiu naquela rua, que mordia as pernas de quem passava à frente da loja (nem sei como aquilo se manteve tanto tempo aberto). E eu acho que vou sonhar tanto com a cabra da brasileira a dar-me puxões de meia noite na Maria Francisca, mais o bisonte polifónico que faz sinfonias enquanto dorme, mais os cabrões dos polícias checos que acham que a segunda língua oficial de Portugal é o checo. Senhor, quero agradecer o facto de dormir sozinha porque, tendo em conta a minha herança genética, amanhã podia ser acusada de homicídio involuntário. Amén.
Caracóis-L

6 comentários:

djamila from jamaica disse...

és tão doente q até assusta!

caracóis disse...

djamila:
tu sofres de tripla personalidade (é o 3o nome diferente com que assinas comentários!), mas eu é que sou doente?!
como é que a gente vai saber o que diz na carta?

Goldfish disse...

Os docs oficiais são sempre na língua do país. Arma-te de paciência e transcreve tudo para o Google tradutor. Pode ser que a tradução não seja muito má, do holandês para o inglês às vezes é de chorar a rir.

caracóis disse...

Goldfish:
Xi pá! Não sabia disso... hum... bem, tudo depende do tamanho do texto (ainda não vi a carta).

black queen disse...

Digo-te desde já..EU já vi a carta e os seu tamanho..e tu ñ irás fazer isso!Eu continuo a achar q eles estão simplesmente a agradecer a minha presença e praga e q estão á rasca pra voltar a ver o rabo de uma preta.

caracóis disse...

Black queen (aka djamila and so on...): "O povo checo gostou da sua peida preta. Se tiver oportunidade de voltar, traga também a sua amiga das mamas". Deve ser mais ou menos isto, não?... lol