segunda-feira, 19 de abril de 2010

Praga by caracois-L (dia 3)

Acordámos as três do costume, com as duas do costume já fora do hostel há várias horas. Levantei-me torta e zonza, a noite tinha sido pesada. E lá fui à minha rotina matinal. As “comunicações por fax” pediam para serem iniciadas. Cheguei ao “escritório” e aquele papel-lixa-cinzento-assassino-de-rabos sorriu para mim com ar de gozo… Recusei-me a entregar os pontos logo de manhã (2h da tarde, para ser mais precisa). O processo de engorda associado ao acumular de detritos sólidos no interior do meu corpo, provocou um aumento de volume abdominal progressivo ao longo do dia como nunca tinha visto em mim! Se isso me fez parar de comer e beber cerveja o dia inteiro? Pffff eu sou das duras, claro que não!

Entretanto, durante o almoço, tomámos a decisão dolorosa. O plano destas férias incluía uns dias em Viena. Mas tínhamos sido roubadas. Operação Viena abortada pelas três. A parte ainda mais dolorosa: comunicar a decisão às outras duas. E não foi bonito.

Este dia não teve muita história. Passeámos a tarde toda. Falámos as cinco. O ambiente não ficou o melhor. A Sandrinha e a Claudete decidiram ir a Viena as duas sozinhas, nós as três conseguimos arranjar quarto no mesmo hostel para o resto dos dias. Jantámos e decidimos não sair nessa noite. Ficámos na sala de estar do hostel a jogar às cartas. Apesar de tristes, lá nos entretemos a beber "algumas" cervejas e a ter conversas de índole sexual para adultos com mente muito aberta, em português, com gargalhadas em voz alta e sempre sem ninguém nos perceber. De vez em quando verificávamos a nossa segurança: “alguém aqui fala português?” Ninguém respondia, podíamos continuar. Até que entrou um grupo de gajos. O último era bem giro. Vinha de fato-de-treino. Empolgada pelo teor lúdico-absurdo-ordinário da conversa, lancei em voz alta para se ouvir bem em todo o hostel: “Já roçava a minha snaita nesse fato-de-treino!” E pelo canto do olho vi o fato-de-treino parar, virar-se para trás e fazer a cara mais escandalizada que vi em toda a minha vida. É… para além de não ter verificado a segurança com a pergunta mágica, eu disse "snaita", referindo-me à minha querida “Maria Francisca”, dirigindo-me a um homem que nunca tinha visto na vida e que por azar tinha que ser português! O buraco no chão que eu desejei que se abrisse por baixo de mim e que me engolisse não se abriu e ainda tive que levar com a cara do gajo a fazer-me sorrisos malandrecos nos dias seguintes.

Antes de dormir não aguentei mais e tive que me render à maior tortura física de que tenho memória em toda a minha vida e o meu rabo ameaçou-me de cortar relações comigo. E comecei também a desconfiar que os checos têm todos prisão de ventre ou rabos super-heróis. O uso diário daquele papel é incompatível com a vida. “Renova folha dupla, vou fazer-te um altar quando chegar a Portugal!
Caracois-L

3 comentários:

T. disse...

Bem, eu estava à espera de ver os posts todos para comentar, mas com tanta doideira junta é impossivel... parar de rir! ahah!

ps: Essa da snaita... sinceramente! xD

Ana FVP disse...

"SNAITA"!!!!!!!!!?????????? L!!!!!!! "SNAITA"!!!!!!!!!?????????? O que é que fizeram contigo amiga?? Ai, ai... Como tenho saudades das 8h da manhã no laboratório!!!! Só das 8h da manhã! LOL Só mesmo tu! ;)

caracóis disse...

Tiago e AFVP: tendo em conta o que eu costumo dizer e escrever, snaita até não é mau de todo...o problema foi ter dito na cara do tuga desconhecido!
;)