sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Fim

A S. é a culpada disto tudo (a dedicatória, como prometido). A partir de hoje só escrevo noutro sítio que não este. Um bem-haja a todos.

Caracóis-L


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Façamos (olha aí o tempo verbal correctamente utilizado!!!) assim: a nova morada será encontrada (neste espaço constava uma pista de ouro para encontrar o novo blog, mas esta expirou o prazo de validade)

A primeira pessoa a encontrá-lo terá uma dedicatória no último post oficial aqui publicado.

Caracóis-L

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Está consumado.

Caracóis-L
Por culpa de terceiros, surgiu-me a questão: e se eu começasse isto do zero, noutra morada, com a promessa de escrever bobagens com a regularidade de tempos passados?

Caracóis-L

segunda-feira, 30 de julho de 2012

era uma vez uma inocente noite de domingo no cais do sodré (por etapas)

1) Sais com uma amiga só para beber duas imperiais e jogar conversa fora.
      2) As duas imperiais afinal já vão em cinco ou seis.
      3) Aparece um grupo de estrangeiros visivelmente embriagados.
      4) Para vossa própria diversão, tecem comentários depreciativos acerca dos estrangeiros protegidas pela barreira linguística e pela música alta.
      5) A música não está assim tão alta.
      6) Um dos estrangeiros afinal é português e mete conversa com vocês.  Confirma que percebeu tudo o que disseram. Um é espanhol e decide pagar-vos o resto da bebedeira. Outro é libanês, acompanhado da namorada francesa e passa o resto da noite a lançar charme para uma de vocês. A namorada francesa não se manifesta. Há uma luso-francesa claramente lésbica. Decidem nem olhar muito para ela. Os outros não são dignos de registo.
      7) Saltam de bar em bar.
      8) Os estrangeiros vão desaparecendo aos poucos. Sobra o português, o espanhol e um dos que não é digno de registo.
      9) O espanhol continua a financiar a bebedeira. 
      10) A cerveja é um diurético potentíssimo. Diriges-te ao WC sozinha, mesmo sabendo que a porta não fecha. 
      11) Orgulhosa da tua própria elasticidade e feliz por teres decidido vestir uma mini-saia, consegues fazer o teu xixi com um pé na porta e outro no chão, com o rabo a abanar por causa da bebedeira mas sem falhar o alvo.
      12) Ponderas arranjar um part-time num circo qualquer.
      13) Sais para lavar as mãos e apercebes-te que não pingaste o chão porque os pingos estão todos nas tuas pernas.
      14) Tiras dois toalhetes de secar as mãos e começas a limpar as pernas.
      15) O segurança do bar entra de repente em perseguição de um homem que supostamente entrou ali depois de ti.
      16) O diálogo que fez história: “Onde está o homem??” – “Qual homem??” – “O que veio atrás de ti!!” – “Não está aqui homem nenhum!!” – “O que estás a fazer??” – “A limpar as pernas…” – “…porque esteve aqui um homem contigo!!” – “Não… porque me mijei toda…” – “Onde está o homem??!!”
      17) Constatas que, para os seguranças da noite, é mais fácil acreditar que te enrolaste com o homem invisível numa casa de banho do que teres-te mijado nas pernas numa pose acrobática. Ficas indecisa se isso abona a teu favor ou não.
      18) Chegas a casa e vomitas-te toda.

     Caracóis-L

sábado, 12 de maio de 2012

como instalar o caos em 3 segundos

Ela descia alegremente a rua com dois amigos. Estava uma noite quente e os sorrisos com ausência de conversa que os justificasse, acusava a abundância de cerveja no sangue. No meio da multidão destacou-se uma cara conhecida que sorria na sua direcção: 
Ela: Olá, tás bom?
Ele: Olá L! Olha, a tua amiga ficou chateada comigo no outro dia?
Ela: Que dia?
Ele: Dia não, noite...
Ela: Ah! Aquela noite em que andavas a meter-te com ela e depois começaste a mamar na boca de outra gaja?!
Ele: Fala baixo pá! A 'outra gaja'...


A 'outra gaja' estava precisamente ao lado dele com cara de quem ia matar alguém.
Sorri e fugi devagarinho. 
Não sei se ele sobreviveu. 
Só sei que nunca mais o vi.

Caracóis-L

segunda-feira, 30 de abril de 2012

L-zinha, a espalha-magia

Como qualquer pessoa normal que se desloca para um congresso noutra cidade, saio de casa de mala feita e portátil debaixo do braço. Como anormal que sou, lembro-me a meio do caminho que, apesar de ir armadilhada com dois vestidos, dois pares de sapatos, estojo completo de maquilhagem, dois produtos diferentes para o cabelo, pinça e corta-unhas, para uma estadia de dia e meio, me tinha esquecido da escova e pasta de dentes, obrigando os meus companheiros de viagem a fazer uma paragem numa superfície comercial na cidade de destino. Depois de jantar e já no quarto do hotel, com os dentinhos lavados com a minha escova nova, decido ligar o portátil e vestir o pijama para fazer os últimos ensaios da apresentação do dia seguinte. Abro a mala e verifico que a minha anormalidade tem a capacidade de me surpreender a cada dia que passa: não consta pijama na mala. Três puxões de cabelo e cinco palavrões depois, rendo-me à minha insanidade mental, ligo o ar condicionado do quarto e ensaio em roupa interior em frente ao espelho. O antigo “núticias” da SIC radical passou a fazer muito mais sentido, tudo o que se diz ganha magia quando há mamas e renda pelo meio. Os nervos da apresentação, apesar do espectáculo por mim auto-proporcionado, ganham vida e a vontade de fumar um cigarro apodera-se de mim. Entre vestir outra vez o vestido e arriscar fumar um cigarro à janela e ser apanhada, ganha a segunda hipótese. Feita junkie, numa janela com travão que só abre o suficiente para pôr uma cabeça e um braço do lado de fora, fumo o cigarro à pressa. Mas assim que me volto, reparo num detector de fumo do tamanho de uma abóbora no tecto, e num acesso de pânico desato aos saltos a abanar as cortinas para mandar o fumo para a rua pela abertura de 20cm da janela. E reparo em 6 ou 7 pessoas no outro lado da rua a olhar para a minha janela como se estivessem a ver um OVNI. E então lembro-me que tenho as luzes acesas. E então lembro-me que estou em roupa interior. E então constato que a minha demência acabou de atingir níveis épicos. No dia seguinte acordo e, depois de controlar a diarreia provocada pelos nervos, reparo que me tinha esquecido de levar meias. Adoro-me.
Caracóis-L

quarta-feira, 21 de março de 2012

na cabeça das mulheres

Quando ele diz "estavas gira ontem.", ela pensa "ele achou que eu estava gira ontem."

Quando ele diz "estavas bonita ontem.", ela pensa "ele está apaixonado por mim."

No primeiro caso, tudo sem mantem igual. No segundo, ela dorme perturbada e ele nem faz ideia do que acabou de provocar.

Caracóis-L

sexta-feira, 16 de março de 2012

efeito borboleta

O alemão com problemas de dicção das letras “m”, “l” e “r”, perguntou ao português sem um pulmão: “tei faita di ai?”. O português sem pulmão respondeu “Isso não sei, mas custa-me a respirar.” Uma pequena portuguesa que por ali andava, ao ouvir o diálogo, conteve uma gargalhada com tanta força que soltou uma flatulência. Sorte a dela, que se peida sem banda sonora. De súbito, as três cabeças fizeram uma viagem no tempo. O alemão recordou essas tardes em que andava a beber cerveja enquanto faltava às sessões de terapia da fala, o dia em que decidiu emigrar para um país com uma língua oficial diferente, que agora ninguém o entende, e sorriu. A portuguesa lembrou-se da noite anterior, em que dividiu uma garrafa de tinto e comeu um rebuçado e que por causa disso andou a disseminar gases mortíferos o dia inteiro e sorriu. O português lembrou-se de todos esses anos em que fumou, que isso já lhe custou um pulmão e que por causa disso continua com problemas respiratórios, mas que ainda assim consegue reconhecer o cheiro de um peido e fez uma careta.

Caracóis-L

sábado, 10 de março de 2012

A sabedoria das mulheres da geração dos anos ’60

Ela: Gosto do teu vestido.

Eu: É giro, não é?

Ela: E gosto de que fizeste aos olhos. É sombra cinzenta?

Eu: Não. Fiz com lápis preto. Fiz um risco e depois esbati.

Ela: Com o pincel da sombra?

Eu: Não, com o dedo.

Ela: Ah pois…. A vida é assim. Quando não há pincel, com o dedo também é bom.

Eu: Ainda estamos a falar de maquilhagem, não estamos?


Caracóis-L

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

se o diagnóstico de doenças se fizesse com a mesma facilidade com que eu diagnostico homossexualidades...

Conversa a propósito da cerimónia dos óscares:

Eu- Eu não vi os filmes nomeados, por isso é mais um ano em que só me interessa ver os vestidos na passadeira vermelha e chamar-lhes porcas por serem giras.

Ele- Também eeeeeuuuuuuuu.....
(frase acompanhada por um guincho agudo, dois pulinhos na ponta dos pés, o bater de três palmas e um revirar de olhos - é um verdadeiro artista, este gajo!)

Caracóis-L
PS: a confirmação veio minutos depois com o encadear das seguintes frases no meio de uma conversa em que me perdi: "o meu sonho é ser cantor", "gosto imenso de ir a spás" e "almocei uma sanduiche de queijo fresco, mel e especiarias".