sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

um conto de natal by L. (a true story) - capítulo II

Depois do pequeno-almoço com mais de meio litro de leite, azevias e outros fritos e do banho tomado, saí de casa para comer um belo de um arroz de pato na casa da minha irmã, não sem antes bater à porta da minha vizinha para cumprir as ordens da senhora minha mãe.

Vizinha: Então L-zinha. Bom Natal!
Eu: Bom natal. Obrigada pelo leite.
Vizinha: Oh filha, deixa lá isso. Estás tão bonita.

Aparece então um cão miniatura, Yorkshire-não-sei-quantas-anão, aos pés da minha vizinha a trocar olhares meigos comigo.

 
Eu: Oh… estou igual… (a troca de olhares doces com o cão-anão continua…)
Vizinha: Sempre foste bonita, filha…
Eu: Oh…

Baixo-me para dar uma festinha na cabeça do meu novo amiguinho. A minha vizinha ainda grita “nãããõooo!”. Tarde demais, o impostor do cabrão do cão agrafa a boca na minha mão. Abano o braço com força até o fazer voar para o outro lado da sala.
E depois foi isto: eu perdida de riso por ver o cão voar e sem ter coragem de ver se ainda tinha polegar na mão esquerda ou não, a vizinha chora desalmada, os dois filhos da vizinha tentam espancar o cão, a nora da vizinha enfia a minha mão no lava loiças onde o meu sangue se mistura com pratos, eu continuo a rir, o marido da vizinha aparece com um frasco de éter, eu digo que éter nem pensar, ele sai amuado, os filhos continuam a espancar o cão, a vizinha continua a chorar, eu continuo a rir, aparece a mãe da nora a contar a história da sua doença cardíaca com mais de 20 anos, ela que me perdoe mas eu continuava a rir, a nora a insistir para irmos ao hospital, todos a insistir para eu ir ao hospital, rendi-me e deixei-me levar ao hospital. Tal não era a gravidade da coisa, que até me puseram um penso-rápido e tudo (juro!!!), mais uma receita de um antibiótico. Daqueles que me fazem 50 efeitos secundários, incluindo diarreias. Mas comi arroz de pato. Às quatro da tarde. Mas comi.


Caracóis-L

um conto de natal by L. (true story) - capítulo I

Acordada pela mãe na manhã de Natal, pedi azevias e leite para o pequeno almoço.


Mãe: Não tenho leite.
Eu (com voz triste e doce): Como não? E sumo?
Mãe: Não tenho sumo.
Eu (com voz triste e levemente enraivecida): Tu não tens leite nem sumo?
Mãe: Só café.
Eu (aos gritos e a puxar os cabelos, mas sem sair da cama e sem abrir os olhos): Tu és horrível!!! Tu não gostas de mim!!! Vou bater à porta da vizinha e fazer-te passar uma vergonha e pedir um copo de leite por favor e toda a gente vai saber que és horrível para mim que nem um copo de leite tens para me dar (…paragem para respirar…) Aaaaaaahhhhh!!! És horrível!!!!



Cinco minutos depois, a mãe aparece com um pacote de 1 litro de leite.

Mãe: Fui eu pedir um pacote de leite à vizinha e contei-lhe a fita que fizeste. Agora, minha menina, quando saíres de casa, bates à porta para lhe agradecer e desejar um bom Natal.
Eu (sem abrir muito os olhos e com aquele tom de voz de quem foi derrotado pela master da arte do bullying parental): Hum… ‘tá bem.

(...)
Caracóis-L

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

síndrome de peter-pan

Ter uma monumental caganeira só porque vai ter um date.

Procura um psiquiatra.

(Os psiquiatras fazem descontos para grupos?)
Caracóis-L

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

porque é que eu nunca me apaixonaria por um pseudo-intelectual?

Conversa entre dois exemplares desta espécie em pleno Chiado, esta tarde:

"Sabes qual é a diferença entre um trompete soprano e um trombone de vara? 'Tas a ver, não 'tás? É isso."

Isto para não falar nos óculos de massa, no bigodinho, nas botas toscas e das calças de bombazine arregaçadas...

Caracóis-L

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

é o mal de não se ter espelho nem verdadeiros amigos.

Jovem. Leggings não são calças. Principalmente se tiveres o rabo descaído e as leggings já gastas a deixar ver as cuecas da avó, que num momento de infelicidade matinal, decidiste vestir. Outra coisa: cuecas da avó não são roupa interior, são só isso, cuecas da avó. As raparigas normais usam outro tipo de coisa, diria eu, menos extensa. Mas as raparigas normais também não usam essa coisa transparente no rabo que tu estás a usar, não é?
O teu rabo descaído e exposto agrediu-me hoje.
Psicologicamente, mas agrediu.

Caracóis-L

domingo, 11 de dezembro de 2011

epifania

Amiga a: "Ele não me disse nada porque está a ser teimoso. É orgulhoso e nunca dá o braço a torcer. Eu dizer-lhe alguma coisa? Nem pensar. Quer ser teimoso, fica a teimar sozinho até decidir dizer-me alguma coisa!"
Eu, em silêncio: (??????)

Amiga b: "O sexo numa relação é como o telhado de uma casa, percebes?"
Eu, em silêncio: (??????)

Amiga c: "Mas tu só te interessas por homens que bebem e gostam de sair à noite? Tenta conhecer homens noutros sítios, como na igreja ou assim...."
Eu, em silêncio: (??????)

Amigo homem: "Epa essa cena do ter que ir jantar e depois ainda ter que ir beber uns copos e ter que falar do trabalho e dos animais de estimação, das amigas e cenas dessas e um gajo ali a olhar prás horas e acção que é bom, nada.... Haja pachorra!"
Eu, em silêncio: (Oh my God! Sou um homem!!!!)

Caracóis-L

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

32...33.

Tenho dores e estou disforme. Disforme porque tenho um dedo com meia cabeça, fruto de um ataque à má fila de uma lata de ananás assassina. Com dores. Dores num joelho, fruto de uma aparatosa e artística queda a caminho do Cais do Sodré na noite da véspera de feriado. Ninguém me manda andar e beber ao mesmo tempo. Mais dores, estas nas costas, fruto do peso dos sacos do Pingo Doce. Quem me manda trazer garrafas de Martini e romãs com meio quilo cada uma e vir a pé para casa? Dores na alma. Porque hoje uma cigana quis ler a minha sina na rua. Eu disse que não queria. Ela começou com a lenga-lenga que a minha alma é pura e eu não conheço a maldade. Eu continuei a dizer que não. Ela disse então que o meu homem quer fazer muitos filhos comigo e que eu vou tratar bem dele até ao fim da minha vida. Já com vontade de lhe bater, continuei a dizer que não. Ainda assim, ela pediu-me dois euros.

E assim me despeço dos 32 anos. Disforme, com dores, com álcool em casa, com a previsão de vir a ser uma bela de uma parideira, escrava de um macho cobridor qualquer e com pessoas a chularem-me dinheiro por tudo e por nada. Sim senhor! Que venham os 33.

Caracóis-L