domingo, 24 de janeiro de 2010

um quarto para as cinco

Então este fim-de-semana fui uma menina bonita e fui "à terra". Para o ano novo, cada uma de nós propôs 5 desafios a si própria, para realizar em 2010. Um dos meus foi ir a casa dos meus pais pelo menos duas vezes por mês. "Eh rapariga, pela maneira como falas, isso deve ser lá para o Minho! Duas vezes por mês é desafio que se preze, sim senhor!" - Não, é mesmo ali na Moita, duas curvas depois de qualquer uma das pontes sobre o Tejo... Ah, mas eu vou de barco! É desafiante na mesma! Não?...
Bem, mas lá fui. Jantar de grupo das amigas do lado de lá. Depois um copo com o pessoal lá no café "in" do sítio. Pessoas que ainda não tinha visto este ano. Foi giro. Até que aperece uma figura... "Olá, tás boa e tal", conversa de ocasião e pergunta "por acaso não passaste pelas Amoreiras ontem, não?" Eu disse que não e perguntei porquê... "Ah pá! Então parecias mesmo tu, assim baixinha com brutos caracóis, com a malinha pendurada no braço como costumas andar e assim com os pés à-um-quarto-para-as-cinco..."
PÁRA TUDO!!!!
Pés para onde?!
Epá pés às-dez-para-as-duas até podia ser. Se bem que é um exagero, quanto muito ando com os pés às-cinco-para-a-uma! Mas isto é quase incompatível com a vida! Isso era ter o pé direito para trás! Atrasado mental!!!
Não liguei, nem respondi, continuei a falar com a minha amiga e ele foi embora.
Mais tarde, sentadas de esplanada, depois de uma imperiais, já com o dito café fechado (pouca gente na rua, portanto), lembro-me deste aborto-espontâneo-com-pernas e levanto-me para imitar o que seria eu andar com os pés à-um-quarto-para-as-cinco. Aparece um amigo de uma das minhas amigas acompanhado por alguém que nem me dei ao trabalho de ver quem era, porque estava ocupada a ser o palhaço da noite. Sento-me gloriosa com o meu espectáculo, eu e elas lavadas em lágrimas de tanto rir, com suspiros moitenses de pura satisfação como "ai caralho!". O amigo da outra diz xau, nós dizemos xau, ele vai embora com o outro, nós continuamos na nossa galhofa. A outra recebe uma mensagem do amigo que tinha acabado de sair a dizer: "vocês são mesmo más, a fazerem isso com o (não me lembro do nome dele) ao meu lado!". O tal de quem não me lembro o nome, é só um jovem com uma deficiência física, com os pés lá para as dez-e-vinte e que anda quase tão bem como a minha pantomima nocturna.
Inferno, aí vou eu!
(Caracois-L)

domingo, 17 de janeiro de 2010

coisas absolutamente estúpidas que só me acontecem a mim (IV)

Há uns dias tive um jantar-pseudo-date.
A classificação do evento fez-se com base nos seguintes pontos:
1) éramos duas pessoas de sexo oposto;
2) não era um date;
3) mesmo que fosse, ele estava a jantar sozinho num date só dele e eu estava a fazer-lhe companhia, porque eu não vou a dates;
4) para os de fora podia ser confundido facilmente com um date.
Bem, mas o importante não é isto. O importante é que num restaurante de dates, com velas e casais e minhoquices dessas, eu consegui dar uma cacetada numa inocente colher da café, que a fez rodopiar no ar fazendo um rasto de molho pela mesa e pelo chão, até acertar na empregada do restaurante. Sorte do senhor que estava na mesa ao lado, porque se a empregada não estivesse a passar nesse momento, tinha ganho uma fantástica medalha de molho nepalês no seu casaco.
Depois de ser a romanticida de 2009, já sou a pseudo-daticida de 2010. E ainda estamos em Janeiro. Um aplauso para mim.
E para que conste, também ja não vivo num filme de comédia. Ontem à noite vi três anões na rua. A minha vida afinal é a obra-prima do David Lynch. Só faltava aparecer um cavalo que falava e uma loira a torcer os braços ao contrário.
(Caracois-L)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Finalmente de férias!!!

Ora bem... Vejamos... Estou de FÉRIAS!!!

É verdade que praticamente ainda não parou de chover desde que entrei de férias. Mas ainda assim estou feliz! Quem não estaria? Pergunto eu e talvez voces...

Vou ter tempo para fazer de tudo um pouco, e para não fazer nada! E era disso mesmo que eu já estava a precisar. De tempo para não fazer nada!
Sabem quando chegamos áquele ponto em que só de pensar em ir trabalhar começamos a ficar mal dispostos, com tonturas e só nos apetece que aconteça uma qualquer desgraça natural (sismos, inundações...) para que sejamos impossibilitados de ir trabalhar??? Pois bem... Eu cheguei a esse ponto! Saturação!!! Não dava mais.

Portanto, e mesmo estando a chover, e esteja um frio de rachar... Eu tou feliz e contente!

Bem... Neste momento, o forno acabou de apitar. Estará já o bolo pronto??? Vou ver... :)


(Caracois-S)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano Novo

Primeiro turno de trabalho da nova década: Sábado à noite. Parece que a década mudou, mas a minha sorte nem por isso. Finalmente 8 horas da manhã, hora de ir para casa. Está um dia de Domingo e de Inverno. Feio, como todos os Domingos, e ainda com nuvens e uma chuvinha irritante. Já estava quando saí de casa, mas a minha alergia a chapéus-de-chuva é mais forte que chuviscos.
"São só chuviscos" pensei eu…
"Eram" só chuviscos…
Lógico que as pessoas mais afortunadas, aquelas que dormiam porque, afinal, era Domingo, não deram por nada, mas caiu uma tromba de água hoje em Lisboa por volta das 8h30m. Corrijo, caiu uma manada inteira de elefantes em forma de chuva em cima de mim. Eu não tinha uma única peça de roupa seca no corpo. Os senhores da meteorologia provavelmente classificaram-na como "chuva moderada no litoral centro", mas como fui eu que a levei em cima, eu é que sei!
Tomei um bom banho quente e dormi. Só acordei quase de noite. Odeio o Inverno.

"Wooow", diz o público que segue a minha novela passo a passo, já adivinhando que a protagonista vai acordar com os azeites.
E acordei mesmo.

Decidi que era uma boa ocasião para a minha cooking-therapy. Há mulheres que fazem ponto-cruz, outras pintam azulejos, outras metem-se na droga, eu cozinho. Música boa, refogados, um ou outro cigarro, bacalhau, forno a aquecer, gente que não me percebe, eu que não percebo ninguém, queijo ralado, gente que me chateia, gente que eu devia ter ido ver, gente com quem não quis falar.
Resultado: bacalhau no forno para uma equipa de rugby. Podia ser para uma de futebol, mas os outros “miúdos” são em maior número e têm cara de quem come bem mais que os fraquinhos da bola redonda. Não havendo equipa nenhuma, vou ter que enfardar bacalhau durante 3 dias, que é para não ser parva!
(Caracois-L)