sexta-feira, 31 de julho de 2009

veneno (ii)

A luz começou por invadir devagar o castelo. Os demónios recolhiam, ainda com laivos de sangue nas garras, enquanto já se ouviam os trinados das andorinhas que fizeram ninho por cima da janela do quarto da princesa. Felizes essas andorinhas, cantavam agora para um novo dia, enquanto ela ainda chorava.
Os olhos que horas antes fixaram o escuro, viam agora o seu pequeno império tomar formas com a luz da manhã. E a Consciência, que horas antes a tinha confrontado, emprestava-lhe agora o colo para que chorasse. E durante horas assim ficaram, sem se olharem e sem falarem.
Os seus olhos permaneciam imóveis e frios. Ao corpo despido e gelado, apenas o soluçar e as lágrimas que lhe riscavam a face pareciam dar sinais de vida. Vida essa que parecia desvanecer-se numa dor vazia, mas maior que a mágoa e mais funda que o desalento. A culpa. A sua e a dos outros. Essa imensa pedra que lhe esmagava o peito.
Exausta, a princesa rendeu-se ao cansaço e foi finalmente vencida pelo sono. Antes de fechar os olhos, deixou escapar em surdina “Qualquer dia fujo outra vez…”.
A Consciência tapou-lhe o corpo, secou-lhe as lágrimas e afagou-lhe o cabelo. Fechou as janelas para esconder o sol que já ia alto. Também ela exausta, sentou-se no seu cadeirão. Mas antes de fechar os olhos, respondeu em surdina “Fugir para onde, princesa? Se nunca poderás fugir de ti…”.
(Caracois-L)

quinta-feira, 30 de julho de 2009

fizeste-me sorrir

trim trim
(na verdade é uma musica dos muse, mas se pusesse tanananan tum tan tan tan, ninguém ia perceber que era o toque do meu telemóvel)

"sim?"
"oi amiga"
"tão miga, tás boa?"
"ah pah, recebi agora um telefonema do..."
"aaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh! tás a gozar?!"
"tou nada pah! sabes alguma coisa?"
"nao pah! mas isso é bom de certeza!"
"achas?..."
"ai ai ai! claro que sim!!!!"

Amiga! Desde que a outra amiga me ligou a dizer que ia casar em duas semanas que um telefonema nao me deixava tão eufórica! Vai correr bem! Torço por ti!
(Caracois-L)

terça-feira, 28 de julho de 2009

mais um desabafo...

Entristece-me saber que existem pessoas como tu. Aliás, às vezes até tenho pena de ti. Mas é só mesmo às vezes… Consegues consumir-me o bom humor, dou por mim a recorrer ao sorriso n.5 vezes sem conta, aquele que tenho sempre no bolso, caso o verdadeiro se parta. Massacras a minha pele, despenteias-me a alma e provocas-me diarreia. Enjoas-me na verdadeira acessão da palavra. Gostava que um dia chegasses ao pé do teu carro, e que ele tivesse sido esmagado por um autocarro. Gostava que o teu respectivo trocasse as fechaduras todas de casa, para passar a viver com uma senegalesa albina e os seus 14 filhos, mais o seu irmão anão. Gostava que alguém te dissesse em público que és feia, gorda e que cheiras mal dos pés. Gostava que apanhasses piolhos, chatos, gonorreia, sarna, Beri-Beri e escorbuto, e que todos os teus dentes caíssem. Gostava também que alguém mandasse passar um aviãozito daqueles da publicidade, mesmo em frente à tua janela, com uma grande faixa a dizer “és uma grande mula!”… “cabra de merda” também podia ser…. E agora que já me sinto melhor, vou até ali ao espelho treinar o sorriso mais um bocado.
(Caracois-L)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

o macaco

Encontrei hoje um colega que considero esteticamente bastante agradável. Chamemos-lhe Zé. Gosto de partilhar algum tempo com o Zé de vez em quando. Ele fala, eu oiço-o, mas principalmente olho para ele. Sentámo-nos. Ele começa alegremente a contar-me um episódio qualquer engraçado que teve há dias com a namorada, essa mulher abominável e sem interesse nenhum. E eis senão quando, o seu harmonioso e perfeitamente desenhado nariz, revela um monstruoso macaco. Qual macaco… aquilo era um gorila! Mas um pai-gorila, um gorila gigante, um autêntico king-kong. O meu cérebro contorceu-se.
Zé – E lá fomos nós pela rua não sei quê e tal…
Eu – ahn ahn…
Cérebro – Ele tem um macaco. Ele tem um macaco. Ele tem um macaco.

Já não conseguia decifrar o que ouvia. Parecia que o Zé estava a falar num dialecto tribal qualquer. Só via o macaco. O meu cérebro contorcia-se cada vez mais, mandou as minhas mãos transpirarem e o meu coiro cabeludo reagir como se tivesse 50 mil piolhos. O Zé riu-se. Por instinto ri-me também.
Zé – blá blá blá blá ah ah ah ah ah ah!
Eu – ah ah ah ah ah ah!
Cérebro – Macaco! Macaco! Macaco!

Deixei simplesmente de ouvir o Zé. O meu cérebro gritava e esperneava. Estava prestes a enlouquecer!
Zé – ........................
Eu – ahn ahn...
Cérebro – Mata o macaco! Oh não! Ele já te viu! Mata o macaco porra!!!!
Macaco – Olá gira, eu sou o macaco do Zé…

Zé, gosto muito de ti. Desculpa. Mas já não aguentava mais.
Zé – ........................
Cérebro – Quero sair daqui! Há macacos que voam! E que se colam nas testas das pessoas! Matem-me!!!!
Macaco – De que cor sou eu, princesa? Estou a dançar ao ritmo da respiração do Zé. Olha lá! Só para ti….
Eu – Zé… tens um macaco….

(Caracois-L)

domingo, 26 de julho de 2009

desabafo de um fim de férias

Depois de duas semanas e meia de férias, comecei a trabalhar Sábado às 8 horas. Só saí às 15 horas, pelo que perdi a etapa do Tour da confirmação da vitória do Contador (és o Maior). Voltei para casa perdida de sono, porque mesmo sem ter saído do País durante as férias, consegui mudar-me para o fuso horário das Honduras e tinha passado a noite toda acordada. Cheguei a casa e dormi profundamente até às 21 horas. Dormi, mas dormi a sério, com direito a baba, roncos e certamente muitas outras coisas das quais não me apercebi porque dormia profundamente. Tinha um jantar de amigos combinado para a hora de jantar, ao qual só cheguei perto das 23 horas, após uma viagem alucinante de táxi, com um taxista descompensado que se perdeu 3 vezes e dizia palavrões em várias línguas. Lá jantei uns belos pipis, uns belos camarões e um belo bacalhau no forno, sublinhe-se. Saímos, fomos barrados em duas discotecas e acabamos no sítio do costume. Cheguei a casa hoje, Domingo, já de manhã. Dormi o dia inteiro. Hoje entro às 23 horas e só saio amanhã às 15 horas. Pelas minhas contas, devo mudar-me durante esta noite para o fuso horário das Ilhas Seychelles.
Estava tão bem de férias…
(Caracois-L)

sexta-feira, 24 de julho de 2009

sincera homenagem III

Isto de ser “bloguista” está a ter a sua graça. Apesar do descontrolo (típico das mulheres) que acaba por nos pôr certos episódios da vida na praça pública, as reacções têm sido, no geral, positivas (apesar dos fãs não se exporem… baah!).
Por isso, hoje não me exponho!
Hoje quero falar sobre ruídos, buzinões.
Os que buzinam por que o sinal já abriu e o condutor da frente demorou mais que 46 milésimos de segundo para arrancar. Os que buzinam porque os bloquearam no parque de estacionamento. Os que buzinam porque o melhor amigo acabou de casar. Os que buzinam porque adormeceram com a tromba enfiada no volante, enquanto a mulher demora 5 horas para sair do centro comercial. Os que buzinam sem saber porquê, só porque há mais alguém a buzinar…
Então e os que buzinam porque há uma “gaja boa” parada na berma da estrada, a caminhar lentamente no passeio ou a entrar no café?… Senhores da estrada, carregadores de mercadorias pelo país e não só, com volantes do tamanho de betoneiras, com calendários pirosos na cabine, com sinais nas traseiras a dizer “viatura longa” e que dormem em estações de serviço… E ainda assim, com a gentileza de buzinarem para nós, dizerem com um sorriso nos lábios “oh boa” e chamarem a atenção de todos os outros para a nossa presença!
E já agora, confessemos… qual é a mulher que não gosta quando um homem lhe chama a atenção e se mostra detentor de algo de grandes dimensões? Mesmo que seja um camião TIR…
A prometida homenagem aos camionistas!
(Caracois-L)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

veneno

No seu reino de fantasia ela é a princesa. Frágil dizem uns, doce dizem outros… um veneno, diz o pai… um veneno, diz ela própria.
Sem saber que os seus demónios se tinham soltado, a princesa decidiu ir ao baile da Corte nessa suposta fantástica noite de verão. E riu. Riu muito. Riu tanto que nem se apercebeu que eles já lhe estavam a fazer o cerco.
De repente sentiu ser mordida. Os olhos ficaram turvos, a cabeça zonza, o coração disparou, os sons vinham de longe... parecia que tudo se estava a passar em câmara lenta, como se ela não estivesse ali…
Voltou de imediato para o castelo. Olhos fixos no vazio, caminhou lentamente sozinha com o pensamento perdido em nada.
Entrou devagar. Ainda não tinha percebido muito bem o que tinha acontecido.
E foi nesse momento que a Consciência, que a esperava sozinha no escuro, sorriu com maldade e perguntou baixinho: “E então?... A que sabe o teu veneno, princesa?”.
Não respondeu.
Despiu-se, deitou-se, não conseguiu dormir e esperou até conseguir chorar.
(Caracois-L)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

my sweet revenge

Confesso: as vinganças dão-me gozo.
Gosto de me vingar, gosto de procurar motivos para me vingar, gosto quando me arrependo de me ter vingado, gosto de avaliar as vinganças dos outros… é tipo hobby! Quando nos fazem mal, quando achamos que nos fizeram mal, quando achamos que nos vão fazer mal, ou simplesmente por não fazerem nada.
Mas esta última vingança pah!... senhores!... quais psicopatas da Califórnia?! Temos um psicopata já aqui ao lado! Vingou-se por não terem feito nada, depois porque achou que iam fazer, depois por ter achado que já fizeram, agora por não fazerem nada outra vez. E neste momento está a curtir o vazio de nem sequer saber porque se vingou tanto e por dar motivos para se vingarem. Mas uma coisa é certa: se se vingarem dele, ele vinga-se!
E o pior de tudo, é isto parecer-me tããããão familiar.....
(Caracois-L)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sentimentos...

1. Há quem me adore...
2. Há quem me odeie...
3. Há quem me ame...
4. Há quem me irrite...
Pois bem... agora querem saber o porquê?
Ora vamos lá a ver:
1. Porque tenho aquele brilho... porque me conhecem e sabem o que valho;
2. Porque tenho aquele brilho... Ou por inveja... ou só porque sim (no fundo acho que é mesmo só por inveja);
3. Porque tenho aquele brilho... ou porque se querem meter em sarilhos (anda tudo farto de estar bem);
4. Há quem me irrite porque numa hora adora-me, na outra odeia-me... porque um dia me ama, no outro dia já não sabe... e hoje voltou a amar-me... tenham dó!
Ora resumindo...
Peço desculpa por despertar tais sentimentos... Não é por mal... não fiz nada que isto acontecesse...
Como diz o meu amigo Jorge Palma: “Dormia tão sossegada”...
(Caracois S)

o regresso

Aaaaah! E lá vinha eu “muita solta”, sorridente, descontraidíssima depois do retiro espiritual…
Epa… nem foi retiro nenhum, só mudei de sítio… do espiritual então só tive uma breve amostra, quando a nônô decidiu comentar as últimas do pregador, mas isso são outras andanças!
Resumindo: o rabudo sorriu-me três vezes mas eu virei-lhe a cara, escorreguei numa casca de banana enquanto via o Disney Channel, dei mergulhos nas Cataratas e apanhei sol e vento ao mesmo tempo, tive constantemente vontade de ir à Dinamarca, encontrei a minha consciência mas desisti de carregá-la porque já pesava 5 toneladas, meti-a de castigo ao pé da neura, e então acharam que eu devia carregar a dos outros… enfim…
Sim, não faz sentido, está tudo em código, mas pelo menos desabafei sobre tudo o que me perturba…
Ah!... mas diverti-me, matei saudades de algumas pessoas, fui a petiscadas à antiga e o melhor: a mana (finalmente) percebeu o quanto vale…
Já não é mau…
(Caracois-L)

domingo, 19 de julho de 2009

Sincera homenagem II

Nós aqui somos adeptas ferrenhas de homenagens. Hoje vou fazer aqui a nossa homenagem á nossa querida "bicha dançante"!
Esta é para ti Dário...
És sem duvida o melhor dançarino que já vimos até hoje. Uma pessoa cheia de energia, alegria e moral. Já sentiamos saudades tuas... andávamos quase desesperadas a querer saber por onde andavas... Finalmente descobrimos!!!
Pois bem... lá estava ele, em cima da coluna! "Muita" solto!

A ti, Dário (eternamente a nossa "bicha dançante"), o nosso muito obrigada por alegrares (mais ainda) as nossas noites!

PS: ahh... e aqui ficam as nossas desculpas pela forma como te abordámos à porta da casa de banho... Mas tinha mesmo de ser! Foi um prazer conhecer-te!

(Caracois S)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

top five

Resolvi fazer uma colectânea das coisas mais idiotas que já disse. Levei algum tempo… que no meio de tanta asneira, escolher as melhores (ou seja, as piores) é trabalho digno de um historiador. Cá vai o meu top-five:

5-“queria um Bénu Mig Bac” (passei a pedir double-cheese para sempre)

4-“é que vou ter mais duas cadeiras este semestre, sabes…” (foi assim que terminei o meu primeiro namoro…)

3-“oh! A tua nova namorada tá aí? Quero conhecê-la! ” (e já agora posso espancá-la, e depois espancar-te a ti, e depois pegar fogo a isto tudo?)

2-“ oh tens um top igual ao meu! Quer dizer, não é bem igual… o meu é um S e o teu um XL…” (sem comentários…)

1-“epa tenha mais cuidado! Não vê para onde vai?!” (era cego…)

Vou fazer retiro espiritual por uns tempos (tradução: fugir um bocadinho que já não aguento mais… E para os que me conhecem: sim, aqui também...)
S. mantém isto a andar!
(Caracois-L)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

opá...

É a última vez que vou falar da minha neura. Mas esta tem mesmo que ser contada.
Depois de me aperceber que estava a exagerar, que é normal que as pessoas amigas me façam perguntas, que queiram saber como estou e que não preciso atirar pedras a ninguém… lá decidi voltar a viver na minha bolha (o meu mundo imaginário onde ninguém me chateia). Decidi que não vale a pena ficar de trombas. Um amigo até me chamou a atenção que já parecia mania da perseguição da minha parte… e dei-lhe razão. Estava mesmo a exagerar, o mundo não se uniu contra mim.
E então lá combinei uma corridinha de fim de tarde com um grande amigo (amigo mesmo amigo… não um “amigo”…). Esse amigo trabalha num museu, eles até fecham cedo, está tudo combinado. E não é que de repente há uma visita de última hora ao museu para o Presidente da República e seus companheiros, que faz tudo atrasar quatro horas!!!!
Opá! Mania da perseguição?! Não é mania pá! Se até o Presidente me lixa os planos!!! E que fique bem claro que não era “lixa” que me apetecia escrever!
(Caracois-L)

terça-feira, 14 de julho de 2009

a neura

Só porque eu nunca consigo dizer gosto de ti… é porque sou um calhau!
E digo outras coisas indecifráveis mas que acho que deviam ser decifradas… pois digo!
E nunca faço perguntas porque não me apetece saber as respostas… pois não!
Ou porque me falta a coragem… também!
Mas toda a gente me mói o cérebro porque eu devia fazer essas coisas todas… Bem, em relação a isto já tenho mais qualquer coisa a dizer. Epá, se fosse novidade para alguém que eu sou “bestinha”, mas não é! E não percebo porque devíamos ser todos românticos e ter pieguices e dizer coisas e pôr rótulos nas coisas. Se as pessoas querem estão, quando não querem já não estão. E pronto! E não me chateiem! Porque eu já não estou para essas porcarias românticas com consequências nefastas para a minha sanidade mental! E sim, estou com a neura, e depois?

Agora já não estou com a neura, curei-a com gomas e coca-cola, mas achei delicioso o meu texto psicótico…
(Caracois-L)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Luz e Caracois... Brilho Próprio

Que culpa é que eu tenho?
Nenhuma!!! Sou assim... e agora?
Pois bem... sou um espectáculo!
Que culpa posso eu ter, se ilumino a sala onde entro? :p Não gosto de chamar a atenção. Eu não faço nada... caracóis á solta e um sorriso na cara... brilho natural.
Que culpa tenho eu, se conheço uma pessoa, e ela se apaixona por mim em 27 segundos? (isto é verídico)
Talvez seja o poder dos caracois, talvez o sorriso parvo, ou a maluquice inata... Nao sei! Não tenho nada de especial a não ser o meu brilho próprio. E é este que me torna na pessoa que sou. E gosto muito de ser como sou... Digam o que disserem!

Atenção: isto não é ser convencida! Isto é ter moral!

(Caracois S)

domingo, 12 de julho de 2009

aos meus ódios de estimação

Aqueles de quem nunca gostei, e que provam que os primeiros instintos são verdadeiros guias.
Aqueles de quem até já gostei, mas que estão lá para me lembrar que os embrulhos bonitos nem sempre trazem boas prendas lá dentro.
Aqueles que surgiram por tabela, para não me esquecer que as pessoas de quem gosto podem não ser aquilo que eu penso que são.
Aqueles que faço questão de manter, porque me dá gozo saber que o sentimento é recíproco.
Aqueles que aparecem para me lembrar que nem toda a gente é fantástica como eu!
A todos vocês… gosto de vos ter por perto!

desabafo após uma sequência surreal de acontecimentos, encontros, mensagens e telefonemas...
(Caracois-L)

terça-feira, 7 de julho de 2009

sincera homenagem

Olhei pela janela esta tarde, depois da sesta.
De um momento para o outro, nasceu do outro lado da rua um andaime, com três andares de altura, já com homens das obras e respectivas garrafas de minis. Têm uma rede verde e tudo a envolver o andaime, porque de repente, haver um homem das obras esborrachado no meio da rua pode ser chato.
Sorri a olhar para eles por trás da cortina…
Vou passar a ouvir piropos sempre que sair de casa. E posso depois treinar com que rapidez estico o meu dedo médio, dirigido ao autor do piropo, sem sequer olhar para ele. E continuar a andar confiante e olhar de lado para a gordinha/feinha/marrequinha que vai a passar na rua ao mesmo tempo, e encolher os ombros com um ar de superioridade. E depois chegar ao trabalho e comentar com ar de desdém “olha só o que um porco de um homem das obras me disse hoje….”. Ah pois é…

Esta é a minha homenagem aos homens das obras. Esses grandes insufladores de egos femininos, tão frequente e injustamente ignorados!
Camionistas… não desanimem. O vosso dia também chegará!
(Caracois-L)

domingo, 5 de julho de 2009

Pequeno grande mundo das Mulheres

A minha mala parece o Doraemon (um gato robótico que voltou 2 séculos atrás para ajudar um estudante: Nobita)!
Pois bem... assim como o Doraemon saca de tudo e mais alguma coisa da sua bolsa sem fundo, o mesmo acontece com a minha mala. Quantas vezes não surgem imprevistos? Temos de estar minimamente preparadas.

Vejamos então algumas situações:

  • Fogo pá... saí de casa e não pus desodorizante!
    Re: Não há problema... saco de um de dentro da mala, problema resolvido!
  • Caraças, apareceu-me o período! Não estava á espera.
    Re: Isso não é mesmo problema para mim, há sempre aquela bolsa dentro da mala onde posso encontrar tampões... e tudo o que necessito para resolver a situação.
  • Que dor de cabeça! (devia ter bebido menos a noite passada)
    Re: Azar... agora não há nada a fazer. Simplesmente abro a mala e saco da tal bolsa um qualquer comprimido. Novamente, problema resolvido!
  • Epa... que grandes olheiras, como não reparei antes de sair de casa? Ou... Vou directamente do trabalho para a noite... preciso de me maquilhar!
    Re: Pois bem... mais uma vez tenho tudo na mala. Disfarçador de olheiras, base, sombras, lápis, rímel, batons, blush... está lá tudo!
  • Está na hora do pequeno comprimido mágico!
    Re: Também não será problema... eles andam sempre comigo na mala.


Isto para não falar de todas as coisas normais que temos sempre connosco... carteira, óculos de sol, agenda, canetas, porta-moedas, lenços, batons do cieiro, chaves de casa, chaves do carro, pastilhas... sem contar, claro, com os inúmeros papeis que se encontram atirados lá para dentro. E verdade seja dita, estas coisas andam sempre comigo, seja a minha mala grande ou pequena. É como eu digo... parece o Doraemon... parece magia!

Agora digam lá que a minha mala não é um mundo? Tem tudo o que preciso, e até mesmo o que não preciso. Peçam o que quiseram saco tudo da minha mala (ou quase tudo...)!
Como seres mais avançados que somos estamos sempre preparadas. Homens... Compreendem agora porque andamos sempre de mala? Para a próxima fica a explicaçao do porquê de ir á casa de banho aos pares... ;p

(Caracois S)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

conspirações e telecomunicações

Este post está a ser escrito em tempo real!
Enquanto recebo um sms de um número desconhecido, a perguntar se quero ir a um bar onde até vou às vezes.
Entro na brincadeira… digo que vou, dependendo de quem me está a convidar…
Recebo como resposta que esse bar é um sitio de reencontros…
Instala-se o pânico!
Só conheci duas pessoas até hoje nesse bar, e as duas têm o mesmo nome…
Vou acertar no nome.
Mas vou ficar na mesma.
A confirmação chega agora…
A única pessoa que tenho em comum com um deles acaba de me mandar um sms a dizer para eu ter pouco juízo!
Bonito!!!
Ainda por cima há conspiração!
E ainda por cima só pode ter sido ela a dar-lhe o meu número!
Já todos percebemos de quem é a culpa disto tudo!
É desse anormal que inventou o telemóvel!!!
E é tudo!
Esta é uma obra de ficção. Qualquer correspondência entre factos ou pessoas é mera coincidência.
(Caracois-L)

tendências

Isto das tendências vê-se em todo o lado. Estava eu entretida a passarinhar aí pelos “aifaives” do pessoal, e reparei que existe uma quantidade enorme de gente que decidiu definir-se a si próprio com um conjunto de frases inacabadas, separadas por (algumas) vírgulas e uns (míseros) pontos finais, acreditando que um texto sem nexo os faz parecer definitivamente irreverentes, dinâmicos e donos de uma auto confiança inabalável. Regra geral são 10 ou 20 linhas, onde se misturam pastilhas elásticas, ganchos para o cabelo e jogos de cartas, com o nome do melhor amigo, do cão e do livro favorito, fala-se de praia, de relva, de amor, de fruta, que odeiam acordar cedo e adoram deitar-se tarde (isto sim, é de uma irreverência…), música, comida, sapatos, futebol, que adoram rir-se de parvoíces (uau esta é de génio!), de ver filmes e outras coisas na TV, que gostam de frio mas também do calor (sim… eu gosto de peixe mas também de carne… sou muito especial… sim…), que o inverno é chato e no verão a vida tem outra cor, que gostam de estar sozinhos mas só às vezes, de sonhar mas só se não forem pesadelos (ai Jesus…), e assim terminam de repente o seu fantástico testemunho, crentes de serem verdadeiros génios da escrita, provavelmente sem a noção de serem responsáveis pela morte de quem tentar ler aquilo tudo de seguida, em voz alta e seguindo à risca a pontuação utilizada!
(Caracois-L)